O entardecer caiu sobre a mansão como um suspiro dourado.
A brisa que vinha do mar balançava as cortinas, espalhando pelo ar o cheiro de flores frescas e do perfume caro que Celina borrifava nos corredores.
A noite da posse se aproximava — e com ela, o início de uma nova era.
Rose estava diante do espelho, imóvel.
Vestia um vestido azul-profundo, justo na medida certa, com um decote sutil e tecido que refletia a luz como água.
Nada nela parecia feito para chamar atenção, mas o espelho discordava: cada curva, cada detalhe gritava presença.
Celina ajeitava os ombros do tecido com aquele toque profissional, mas o olhar denunciava julgamento.
— Ficou… diferente — disse, por fim.
— Diferente bom ou diferente ruim? — Rose perguntou, erguendo uma sobrancelha.
— Diferente demais pra uma guarda-costas. — A mulher forçou um sorriso. — Mas o senhor Pedro vai gostar.
Rose respirou fundo, engolindo o comentário.
O vestido não era sobre vaidade.
Era sobre simbolismo.
Pedro dissera que queria que o