O dia amanheceu claro demais para o gosto de Rose.
O céu limpo, o vento leve, os passarinhos cantando — tudo calmo demais, e ela nunca confiava na calma.
No escritório de segurança, o som das câmeras e o piscar dos monitores eram a trilha de fundo.
Ela conferia cada ponto, ajustava as rondas e anotava no tablet.
Quando a rotina fica perfeita, o perigo aprende a se disfarçar.
Pedro apareceu na porta, descalço, com o cabelo bagunçado e um sorriso que fazia o ar parecer menos pesado.
— Almeida… — chamou, arrastando o apelido com preguiça carinhosa. — Você acorda antes do sol de propósito?
— O sol tem preguiça de nascer comigo por perto — respondeu ela, sarcástica, fazendo ele sorrir.
Pedro entrou, lento, como quem sabia o terreno que pisava.
— Amor, é sério… você precisa descansar. Olha pra você — disse, parando atrás dela. — O mundo não vai acabar se você dormir.
Ela suspirou fundo, sem tirar os olhos do tablet.
— Eu sei, Pedro. Mas preciso garantir que você chegue à posse inteiro.
— Eu