O sol apareceu tímido naquela manhã, filtrando-se pelas cortinas abertas da mansão.
A chuva da noite anterior deixara o ar fresco, e o aroma de café recém-passado se misturava ao perfume doce das flores que ainda decoravam o jardim do noivado.
Rose acordou devagar, com o corpo ainda envolto nos lençóis e o som distante de pássaros lá fora. O anel em seu dedo cintilava na penumbra, e o simples brilho da pedra bastava pra fazê-la sorrir.
Dormira pouco — não por insônia, mas porque o coração parecia ocupado demais se lembrando de tudo.
Pedro já não estava ao lado dela.
Ouviu o barulho da cozinha, o tilintar de louças, e soube: o herdeiro que nunca fritara um ovo estava tentando fazer café da manhã.
Ela riu sozinha, levantou-se e foi até a porta.
Na cozinha, a cena era quase poética: Pedro de avental, o cabelo bagunçado, uma panqueca levemente queimada e uma expressão de quem acredita piamente que tá arrasando.
— Bom dia, chefe. — disse ele, tentando disfarçar o desastre no fogão. — Café