Descemos do jatinho, e a brisa fresca da serra gaúcha me atingiu em cheio. Lá estava a senhora Cidália, uma mulher de meia-idade, com um olhar carinhoso que me fez sentir um pouco mais à vontade. Mas pude perceber que o olhar dela se demorou na minha barriga, como se quisesse confirmar algo.
"— Helena, essa é Cidália, nossa governanta e uma segunda mãe para mim", Léo falou, com uma gentileza na voz que me surpreendeu.
Cidália sorriu. "Se precisar de alguma coisa, senhora, estou à sua disposição." O "senhora" me fez sentir ainda mais como uma intrusa, uma estranha em um conto de fadas.
Chegando à mansão, lá estava o senhor Francesco Montenegro, o patriarca da família, no hall de entrada. Um homem imponente, com um olhar que me fez tremer.
"— Senhorita Alencar, é um prazer conhecê-la. O meu neto falou muito da senhorita", ele falou, com uma voz grave que me fez gelar.
O que ele teria falado? Que me abandonou em um quarto de hotel com um bilhete? Pensei, sentindo um nó na garganta.
Quand