Após o jantar, afastei-me um pouco, buscando um respiro daquela atmosfera pesada. Estava olhando as obras de arte belíssimas na sala quando uma voz grave quebrou o silêncio.
— Você gosta? — era o senhor Francesco.
— Sim — respondi, surpresa com a sua presença.
— Desculpe a minha filha, ela não sabe usar as palavras — ele falou, a voz mais suave.
— Está tudo bem, senhor. Eu entendo que vocês esperavam alguém à altura, mas isso não estava nos nossos planos.
— Eu também vim de família humilde, minha cara, e mais que o dinheiro vale o caráter — ele falou, me surpreendendo mais uma vez. — Faça-o feliz, ele merece. Já tem sofrido muito — e saiu, se apoiando em sua bengala.
Fiquei sem reação. Sofrido? Com o quê?
Logo em seguida, Léo chegou, acompanhado de seus pais.
— Helena, eu não quis constrangê-la. É só curiosidade — falou a senhora Leonor, a voz mais suave, mas ainda com uma ponta de cautela.
— Está tudo bem, senhora Leonor — respondi, tentando soar convincente.
— Vamos nos deitar, a vi