Capítulo 39 – A Casa na Colina
Nos dias seguintes, Samuel mal conseguia se concentrar nas tarefas do orfanato. Cada conversa, cada gesto, cada silêncio parecia esconder uma verdade que ele ainda não compreendia totalmente. O diário de sua mãe, agora escondido sob o colchão, era uma cicatriz aberta que sangrava mais a cada lembrança. Ele relia as páginas à noite, em segredo, tentando montar o quebra-cabeça do seu passado.
A assistente social, dona Carmem, notou sua inquietação e perguntou discretamente se ele estava bem. Ele apenas assentiu, sem conseguir encarar os olhos gentis da mulher. Como poderia explicar o que sentia se nem ele entendia?
Foi então que uma nova carta chegou. Não estava endereçada ao orfanato, mas a ele diretamente. O envelope não tinha remetente, mas trazia seu nome completo e a caligrafia elegante e familiar: a mesma do diário.
Dentro, um bilhete curto e um pequeno mapa desenhado à mão:
"Nem tudo foi revelado nas palavras. Algumas verdades estão guardadas e