Fiquei imóvel por alguns segundos, os olhos fixos na silhueta junto às árvores. A figura não se mexia, como se soubesse que eu a estava observando. O coração batia tão rápido que mal conseguia respirar. Senti uma onda gelada subir pela espinha.
— Helena… — sussurrei, sem tirar os olhos da janela. — Acorda, tem alguém lá fora.
Ela se virou, sonolenta, mas logo se alertou ao ver meu rosto.
— Alguém? Tem certeza?
— Vem ver.
Ela se levantou devagar e se aproximou da janela. Mas quando olhou, a sombra já não estava mais lá.
— Não tem nada…
— Estava ali. Eu juro.
— Talvez tenha sido um animal, Arthur. Ou sua imaginação…
Neguei com a cabeça.
— Não era minha imaginação. Aquilo… Aquilo me observava. Sabia que eu estava aqui.
Helena pousou a mão no meu ombro.
— Vem, volta a dormir. Amanhã a gente fala com a diretora, pode ser?
Assenti, mesmo sem conseguir me convencer. Voltei para a cama, mas o sono não veio. Apenas fechei os olhos e me forcei a respirar fundo, como se isso pudesse