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Capítulo 3 – O Jogo Começa

A manhã chegou trazendo uma claridade tímida pelas janelas, mas Céline sentiu que a atmosfera no castelo estava mais densa, como se as sombras tivessem se tornado ainda mais opressoras. Ela se vestiu com a ajuda de uma criada silenciosa, o tecido leve do vestido creme contrastando com o peso no seu peito.

 

Quando saiu do quarto, encontrou o corredor quase deserto. As outras mulheres pareciam ter desaparecido, como se tivessem sido engolidas por um medo invisível. Os passos da criada que a acompanhava ecoavam pelos corredores de pedra, cada batida soando como um aviso.

 

Ao entrar no salão principal, Céline notou que havia um clima diferente. As almofadas coloridas ainda estavam dispostas ao redor do tapete central, mas o ar parecia mais pesado, carregado de algo que ela não conseguia nomear. As mulheres ali reunidas estavam inquietas — algumas conversavam em sussurros, outras apenas fitavam o chão ou trocavam olhares de expectativa.

 

— Você acha que hoje ele vai escolher alguma de nós? — murmurou uma loira de olhos verdes, puxando o tecido do vestido como se quisesse esconder o próprio corpo.

 

— Sempre escolhe alguém — respondeu outra, uma morena de pele dourada. — É como se fosse um ritual.

 

— Eu prefiro que não seja eu — confessou uma terceira, os olhos arregalados de medo. — Mas também… não sei. Talvez seja melhor ser escolhida do que ficar esperando.

 

Essas vozes murmurantes rodopiavam na mente de Céline como fantasmas, misturando-se ao som dos passos firmes de Auren, que acabava de entrar no salão. Seu olhar percorreu o grupo reunido, um predador satisfeito ao observar suas presas. Quando seus olhos encontraram os de Céline, ela sentiu um calafrio subir por sua espinha.

 

Ele parou no centro, os braços cruzados sobre o peito largo, e sorriu com um toque de desdém.

 

— Hoje, vocês verão o que significa ser minha — disse ele, a voz grave reverberando nas paredes de pedra.

 

Um silêncio reverente caiu sobre as mulheres. Algumas morderam os lábios, outras abaixaram o olhar, como se aquele simples anúncio fosse suficiente para lembrá-las de quem mandava ali.

 

Auren ergueu a mão, e uma das mulheres — uma morena de cabelos lisos e olhos escuros — levantou-se sem hesitar. Céline percebeu o leve tremor em suas mãos, mas também o brilho de excitação no fundo de seus olhos. Murmúrios percorreram o grupo, alguns cheios de inveja, outros de medo.

 

— Veja como ela vai se oferecer — sussurrou a loira para a amiga ao lado.

 

— Ele gosta dela — comentou outra, com um suspiro baixo. — Talvez porque ela nunca hesita.

 

Auren puxou a mulher pela cintura, trazendo-a para mais perto de si. A maneira como seus dedos se fecharam ao redor dela fez Céline sentir um aperto no peito — não só de medo, mas de algo que queimava silenciosamente, como uma faísca escondida. Ele a deitou sobre as almofadas, sem cerimônia, e a mulher soltou um gemido suave que ecoou na sala.

 

Céline não conseguiu desviar o olhar, mesmo que soubesse que deveria. O cheiro de pele, suor e algo quase primitivo enchia o ar. As outras mulheres também não conseguiam parar de olhar — algumas lambiam os lábios, outras apenas respiravam rápido, como se o simples ato de observar fosse um pecado.

 

— Ele gosta de mostrar que pode fazer o que quiser — murmurou uma das mulheres atrás de Céline, o tom misto de admiração e medo.

 

— Talvez ele goste de ver até onde a gente aguenta — respondeu outra, com um arrepio percorrendo seus braços.

 

Auren inclinou-se sobre a mulher, o corpo dele um muro de músculos e força, e começou a possuí-la sem piedade. Cada estocada dele arrancava um gemido diferente, o som abafado pelo calor e pela vergonha. Céline sentiu o rosto arder, mas algo dentro dela a impedia de desviar os olhos — como se fosse impossível parar de assistir àquele espetáculo brutal e íntimo.

 

Auren terminou rápido, seus movimentos intensos, quase violentos. Quando se afastou, a mulher permaneceu deitada, os seios arfando e os olhos fechados num êxtase silencioso. Ele a deixou ali, um símbolo vivo do poder que exercia sobre todas.

 

Seu olhar encontrou o de Céline, e ela percebeu que ele estivera consciente dela o tempo todo. Um sorriso lento surgiu em seus lábios, um convite silencioso para algo que ela não conseguia nomear.

 

— Você acha que isso te assusta, Céline? — perguntou ele, a voz suave, mas cheia de ameaça.

 

Ela respirou fundo, a respiração acelerada.

 

— Eu acho… que isso só mostra o tipo de homem que você é — disse ela, tentando manter a voz firme, apesar do tremor que ameaçava tomá-la.

 

Auren caminhou até ela, seus passos ecoando como um aviso. Ele parou tão perto que Céline pôde sentir o calor do corpo dele, o cheiro de da luxúria crua que ainda pairava no ar.

 

— E que tipo de homem você acha que eu sou? — perguntou ele, a ponta dos dedos roçando de leve o queixo dela.

 

Ela ergueu o queixo, desafiadora.

 

— Um homem que precisa se exibir para se sentir poderoso. Mas poder de verdade não é só forçar alguém a ceder.

 

Ele sorriu, um sorriso perigoso.

 

— Talvez. Mas eu acho que poder… é quando alguém me desafia e eu quebro cada pedaço dessa resistência até que tudo o que reste seja desejo.

 

As palavras dele a fizeram estremecer, não só de medo, mas de um calor estranho que se espalhava por suas pernas. Ela odiava o efeito que ele tinha sobre ela — o jeito como ele parecia enxergar cada fraqueza dela, cada respiração nervosa.

 

— Continue resistindo — murmurou ele, tão próximo que ela sentiu a respiração dele em seu rosto. — Quero ver até onde vai essa sua coragem.

 

Ele a deixou ali, voltando para o centro do salão. As mulheres ao redor murmuravam de novo, algumas trocando olhares carregados de inveja, outras de puro medo.

 

— Ele está interessado nela — sussurrou uma das mulheres, a voz baixa como um segredo. — Isso nunca acaba bem.

 

— Talvez ela seja diferente — respondeu outra, com um suspiro quase melancólico.

 

Mas Céline sabia que não podia se deixar arrastar por aquelas vozes — nem pelas promessas silenciosas no olhar de Auren. Cada toque, cada palavra dele era um laço que a puxava para um mundo perigoso. Um mundo que ela sabia que não podia, ou não devia, desejar.

 

E, no fundo, Céline temia não só o que ele poderia fazer a ela — mas o que ela própria poderia começar a desejar, apesar de tudo.

 

 

 

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