Rogério
A luz da manhã entrou suave pelas frestas das cortinas, dourando o quarto, o lençol e o corpo dela de um jeito que parecia obra de Deus. Eu acordei primeiro — não porque queria, mas porque o peso delicioso da Liz dormindo sobre mim era a primeira coisa que meus sentidos reconheciam antes mesmo de eu abrir os olhos.
O cheiro dela.
O calor dela.
A respiração tranquila batendo no meu peito.
Eu passei a mão devagar pelos cabelos dela, e ela fez aquele som baixinho, quase um ronronar, como se o corpo soubesse que era eu tocando antes mesmo da mente dela despertar.
— “Hum…” ela murmurou, se alongando devagar, sem abrir os olhos. “Não para…”
Eu sorri, a mão deslizando da cabeça para a nuca, depois para as costas nuas dela, fazendo círculos lentos que a fizeram arrepiar inteira.
— “Bom dia, meu amor,” eu murmurei contra a testa dela.
Liz ergueu o rosto, olhos ainda meio fechados, a boca suave, inchada… linda demais pra ser real. Ela aproximou os lábios devagar, procurando os meus.
O