Capítulo 5

Guilherme

Chegar na fazenda e sentir esse cheiro de terra molhada é bom demais. Isso me traz uma sensação de paz e aconchego. Faz muitos anos que não vejo meu amigo, e estou muito feliz por poder ajudá-lo de alguma forma.

Quando paramos o carro, Estela desceu primeiro e eu fui logo atrás.

Ele estava sentado na varanda, com a perna estirada, visivelmente entediado. E logo atrás dele... estava ela, Maria Júlia. Uma loira incrivelmente linda. Se eu não tivesse percebido o olhar que ele lançou pra ela, juro que eu iria investir.

Assim que vi o Luca, não perdi tempo.

— Ora, ora... O grande Luca, domador de cavalos e agora... paciente. sorri de lado. — Como é que você consegue se meter nessas, hein?

Ele apertou minha mão e retrucou, daquele jeito seco dele:

— E tem gente que só assiste.

Soltei uma gargalhada alta.

Entramos e fomos em direção à cozinha. E lá estava ela de novo... a loira linda que, pelo visto, o meu amigo estava ajudando.

Me apressei, estendi a mão pra ela e, claro, joguei meu charme:

— Boa tarde. falei, encarando-a nos olhos.

— Boa tarde... respondeu meio sem graça.

"Xi... essa eu já perdi. Tá caidinha pelo meu amigo." Pensei comigo, segurando o riso.

Seguimos pra olhar a perna do Luca. Assim que bati o olho nos exames, fiquei mais tranquilo.

— Você deu sorte, cara. Foi uma fratura simples. Com repouso, você vai estar bom rapidinho.

— Ótimo... respondeu entediado. Assim volto logo a cuidar de tudo por aqui.

Sorri de canto e não perdi a oportunidade:

— E a moça? A Maria Júlia... quem é?

Ele respirou fundo, como se estivesse medindo as palavras.

— Uma conhecida do Padre Miguel. Pediu abrigo aqui por uns dias, só isso.

Olhei pra ele, depois olhei pra ela lá fora, e comentei, meio pensativo:

— Ela parece... diferente. Tem um olhar... intenso. E bonito.

Estava sondando, claro.

Ele ficou em silêncio por uns segundos e depois respondeu, seco:

— Ela não quer ninguém. Tá machucada... passou por muita coisa. Só quer um pouco de paz.

Não resisti. Cruzei os braços e disparei:

— E você... quer o quê?

Silêncio.

— Tá... ri. — Eu ia embora amanhã, mas... talvez eu fique mais um tempo. Vai que eu encontro um bom motivo.

Ele fechou a cara pra mim, e eu só consegui achar graça. Tô adorando incomodar ele.

Fiquei ali, conversando com ele, contando uns casos do hospital, mas já tava decidido: além de ajudar meu amigo, eu também ia me divertir muito nessa fazenda.

Depois que conversei com meu amigo, fui pro quarto descansar. Tomei um banho, me deitei... e acabei cochilando um pouco.

Quando, enfim, desci pra jantar, Estela estava saindo do quarto dela. Fomos em direção à escada, abraçados. E, olha... é engraçado o quanto me sinto confortável ao lado dela. O cheiro dela me traz boas recordações... É como se eu estivesse em casa.

Enquanto descíamos, fui olhando a vista da janela e comentei:

— Essa fazenda é mais bonita do que o Luca descreveu... — falei, lançando o olhar direto na direção de Maria Júlia.

Estela, que não perde a oportunidade, logo soltou:

— Cuidado, Gui. A casa é antiga... mas o dono é ciumento.

Soltei um sorriso de canto.

— Sou convidado, Estelinha... e me comporto. — fiz uma pausa, arqueando uma sobrancelha. — Até onde me permitem.

A mesa estava posta, e a comida... ah, maravilhosa, obra da dona Marta. Fiquei ali, jogando conversa fora, contando alguns casos do hospital... mas, claro, não perdia a chance de soltar umas cantadas pra Maria Júlia.

— Guilherme... Luca chamou minha atenção, já meio impaciente.

Percebi, de canto, que até a Marta estava incomodada.

Estela tentava, desesperadamente, mudar de assunto, mas... eu queria ver até onde o Luca aguentava.

Me inclinei um pouco sobre a mesa, olhei diretamente pra Maria Júlia e soltei:

— Me diz, Maria... o que você viu aqui, no meio do mato? Um homem bom? Ou só precisava

 de um lugar pra se esconder? Porque... se quiser emoção de verdade...

Nem me deixou concluir.

Ela se levantou imediatamente, pediu licença, e se retirou.

O Luca me olhou... e, meu amigo, se olhar matasse, eu já tava estendido no chão.

precisava de um lugar pra se esconder? Porque... se quiser emoção de verdade...

Nem me deixou concluir.

Ela se levantou imediatamente, pediu licença, e se retirou.

O Luca me olhou... e, meu amigo, se olhar matasse, eu já tava estendido no chão.

— Guilherme, isso não se faz! sua voz saiu firme, ríspida. — Eu exijo respeito. Quero você no meu escritório. E já. Não admito esse tipo de coisa dentro da minha casa!

Ele se levantou e foi na mesma direção que Maria Júlia tinha ido.

Ficamos só eu e Estela na mesa. Ela me olhou meio indignada, meio preocupada.

— Gui... você exagerou!

Cruzei os braços e, com aquele sorriso maroto no rosto, respondi:

— Exagerei... mas consegui meu objetivo. Ele vai assumir o que sente por ela, Estela. Você não percebeu? Ele ama essa mulher... só tá se fazendo de difícil.

Ela me olhou, revirou os olhos, bufou... e, pela primeira vez, percebi que também havia algo ali... algo nela... algo que eu não sabia explicar.

Mara Santos

ola maravilhosas, me digam o que estão achando?

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