Guilherme

A primeira semana em Itajubá passou voando. Entre plantões, reuniões e a adaptação ao novo cargo, eu mal percebi o tempo passar. Até que, numa manhã de sábado, Gustavo apareceu com um sorriso travesso no rosto e uma sugestão que mudaria minha rotina de vez.

— Tá cansado de viver em hotel, né? disse, jogando as chaves de um carro para o alto. — Vem comigo. Tenho uma indicação que vai te interessar.

A cobertura ficava no último andar de um prédio novo, num bairro arborizado e tranquilo. O elevador abria direto na sala de estar. O sol entrava pelas janelas amplas, o chão de madeira dava um ar aconchegante, e a decoração minimalista com tons de cinza, branco e azul deixava tudo com cara de lar — daqueles prontos pra uma nova história começar.

— O dono foi transferido pra fora do país, explicou a corretora. — Deixou tudo mobiliado. Até louça tem.

Fechei negócio no mesmo dia. Precisava daquele canto meu. Um espaço só meu. Um refúgio silencioso entre o caos dos sentimentos e das me