Capítulo 10

Estela

Desci as escadas com o coração em frangalhos, mas com a coluna ereta. Cada passo era um esforço para não desabar, mas eu me recusava a chorar ali. Não na frente dele. Não depois do que ouvi.

Fui até o quarto, peguei minha mala e arrumei tudo com uma rapidez fria. Eu não podia ficar mais nenhum minuto ali.

Passei pela cozinha, onde Maria Júlia preparava café com Luca sentado à mesa, rindo de alguma coisa boba. A cena, por um segundo, apertou meu peito. Eles me olharam, surpresos.

— Vai sair tão cedo, Estela? Maria Júlia perguntou, com aquela doçura que só ela tinha.

Forcei um sorriso.

— Preciso ir. Foi bom estar aqui com vocês.

Ela franziu o cenho.

— Está tudo bem?

Assenti em silêncio e me aproximei para abraçá-la. Depois me abaixei e abracei Luca

com força, segurando as lágrimas com todas as forças do mundo. Eles não entenderam nada. E era melhor assim.

Atravessei a sala com a mala nas mãos, e ele estava lá. Guilherme. De costas, na varanda, tomando café.

Quando passei por ele,
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