Eu acordei com dor de cabeça, como se tivesse dormido com um peso preso no peito.
A cena do corredor não saía da minha mente — a respiração dele quebrando, os olhos vermelhos, a voz implorando pra eu ir embora.
Eu juro que tentei varrer aquilo da cabeça.
Juro que tentei seguir o dia como se nada tivesse acontecido.
Mas cada vez que fechei os olhos… eu vi ele encostado na parede, tremendo.
E aquilo me corroía de um jeito irritante.
Porque eu não queria me importar.
Ele é Noah, o garoto que vive pra me provocar, me irritar, me tirar do sério.
O garoto que já fez eu querer jogar livros nele.
O garoto que vive me chamando de “exagerada”, “barulhenta”, “insuportável”.
Eu não devia me importar.
Mas me importei.
E isso me fez acordar de péssimo humor.
Entrei na sala de aula e o universo decidiu rir da minha cara.
Noah estava lá.
Sentei — obviamente — longe.
Eu queria olhar pra ele.
Mas eu jurei pra mim mesma que não olharia.
E, claro… olhei.
Ele estava diferente.
Calado demais.
Sério demais.