(Oscar)
Desde que meu pai chegou ao país, minha vida se transformou em uma sucessão interminável de reuniões, planilhas e teleconferências. O sol nascia e se punha, e eu continuava ali, trancado no escritório, afogado em números. Mal tinha tempo para mim, e o que era pior, mal tinha tempo para pensar em Isabella.
Eu estava tentando me concentrar em uma planilha financeira de um dos nossos hotéis, os números dançando na minha frente, quando a porta do meu escritório se abriu e meu irmão, Rafael, entrou, se jogando em uma das poltronas como se tivesse corrido uma maratona.
— Irmão, pelo amor de deus, quando o papai volta para casa? Eu já não estou aguentando mais essa tortura chamada "trabalho".
— Eu não sei... — ri, sem tirar os olhos da tela. — Apenas algumas semanas de trabalho sério e você já está assim? Como sobreviveu até hoje?
— Muito engraçado! Mas admita, até você está no seu limite. Está com uma cara péssima.
— Estou mesmo! — confessei, finalmente olhando par