Luara
O desejo de um simples omelete com queijo e tomate guiou meus passos pelo castelo silencioso em direção à cozinha. A ausência de Eros era sentida como um eco no espaço amplo, embora eu soubesse, com uma certeza quase instintiva, que não estava verdadeiramente sozinha. Kalíope ou Dimitri certamente velavam por mim. Eros jamais me deixaria desprotegida, especialmente após os eventos das noites anteriores. A vontade de saborear algo preparado por minhas próprias mãos, um ato tão humano e reconfortante, era mais forte do que a paciência de esperar o retorno do meu amado.
Enquanto batia os ovos em uma tigela de cerâmica, o calor brando da frigideira que começava a dissipar o ar frio da noite, e o chiado suave da manteiga derretendo, eram a única melodia naquele instante, um som que trazia uma estranha sensação de normalidade. Adicionei os tomates picados, vermelhos e suculentos, e o queijo, e já me deu água na boca. Aquele pequeno ritual doméstico, a simplicidade de criar algo co