"Não preciso de olhos para enxergar Fernando — sinto sua sombra me ferir e seu calor me salvar, como se meu coração estivesse preso entre a lâmina e o abrigo." — Luna Castilho
🖤
Depois que Fernando saiu, o silêncio me envolveu como um véu pesado. Mas não era um silêncio qualquer. Era um silêncio cheio dele que ardia como brasas invisíveis, queimando cada lembrança recente.
A mão que ele usara para segurar meu queixo ainda latejava, como se o toque tivesse gravado em mim uma marca invisível. Passei os dedos devagar sobre a pele, tentando encontrar um vestígio físico, mas não havia nada. Só calor, ausência e desejo.
Suspirei fundo, pressionando o rosto contra os lençóis frios, como se isso pudesse apagar a chama que ele deixara em mim. Mas não apagou. Pelo contrário, a frieza do tecido fez a lembrança do calor dele se intensificar ainda mais.
E então, como acontece sempre que estou sozinha, meus pensamentos se tornaram minha prisão.
Por que ele não me afasta de vez? Por que me olha, p