“Construí muros para não ser alcançado… e Luna atravessou todos eles. Agora não sei se a perdição é tê-la por perto ou tentar viver sem ela.” — Fernando Torrenegro
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Não é mais silêncio o que me corrói. É prisão. E a pior prisão é aquela que se constrói por dentro. Passei anos erguendo muros, concretando cada brecha, selando portas que nunca mais poderiam ser abertas. Transformei-me em fortaleza. Frio, impenetrável e inquebrável. Ninguém entrava, tocava ou sobrevivia o suficiente para tentar.
Até ela chegar.
Luna atravessou tudo o que jurei intransponível. Sem armas, sem violência, sem esforço. Entrou por onde eu não vigiei: pelas fissuras invisíveis. Pelos silêncios que eu julgava seguros. Pelo peso de um nome sussurrado na madrugada.
Agora, cada respiração dela ecoa como um grilhão no meu peito. Cada sorriso é uma chave que gira dentro das fechaduras que criei. E eu, Fernando Torrenegro, que nunca me curvei diante de inimigo algum, percebo que já estou de joelhos diante dela — sem