"Não me afogo na guerra dele… me afogo nele.” — Luna Castilho
🖤
O silêncio que ficou depois das palavras dele me acompanhou como sombra. Um silêncio pesado, cortante, que parecia ter mais força do que qualquer grito.
“Eu não sou ele, Fernando.”
Foi tudo o que consegui dizer.
E, ainda assim, quando ele parou no meio do caminho, percebi que algo se quebrou dentro dele. Uma rachadura. Talvez a primeira fenda no muro que ele construiu para se proteger do mundo.
Passei o resto do dia tentando organizar meus pensamentos. Mas como organizar algo que parecia não ter forma? Cada palavra dele ecoava dentro de mim como um trovão. Ele tirou tudo de mim. Eu tinha família. Por causa dele, ficaram apenas corpos. Cinzas. Silêncio.
Meu coração se apertava até doer.
Meu pai…
Fernando falava dele como se fosse um monstro. E parte de mim — a parte que se recusava a aceitar a verdade — queria gritar que era mentira, que devia haver engano, que tudo não passava de ódio distorcido.
Mas outra parte, a parte