“A vingança me manteve vivo… mas é ela quem ameaça me ensinar o que é viver.” — Fernando Torrenegro
🖤
Durmo mal. Ou melhor, não durmo. As horas da madrugada são um campo de batalha, e cada lembrança é uma bala atravessando minha mente.
Fecho os olhos e vejo sangue. Sinto cheiro de pólvora. Ouço gritos. Não é sonho — é memória. E cada vez que ela me chama pelo nome, cada vez que sorri como se eu fosse algo além de um monstro, sinto os fantasmas voltarem com mais força.
A vingança foi minha única âncora por anos. Sem ela, eu já teria me perdido. Sem ela, já estaria morto. Mas agora… agora existe Luna. E ela ameaça arrancar essa âncora do fundo escuro onde me mantenho.
Na manhã seguinte, encontro-a na sala. Está sentada no sofá, o rosto voltado para a direção da luz que entra pela janela. Os dedos tocam o braço da poltrona, deslizando lentamente, como se desenhassem o espaço que não pode ver.
Ela não se move quando me aproximo, mas sei que percebeu. Sempre percebe. É impossível me apro