“Luna é a ruína que me fascina, o sonho que me destrói — e ainda assim, não consigo desejar o despertar.” — Fernando Torrenegro
🖤
Sonhou comigo.
As palavras dela ainda ecoavam na minha cabeça como uma maldição. Eu deveria ter rido. Deveria ter jogado a taça contra a parede, lembrado a ela quem eu era, que não havia espaço para sonhos nesse casamento forjado em ódio e vingança. Mas não fiz nada disso. Fiquei imóvel. Preso. E, pela primeira vez em anos, não confiei no próprio corpo.
Quando ela perguntou se eu havia sonhado com ela… maldita seja.
Como posso responder isso?
Como posso admitir que sim?
Que as noites me traem?
Que vejo seus cabelos escorrendo entre meus dedos, sua boca se oferecendo num convite silencioso, sua pele ardendo sob a minha?
Não.
Não posso admitir. Se o fizer, tudo acaba.
Porque o que me resta da minha vingança depende desse muro que mantenho erguido entre nós. Um muro que, a cada dia, a cada sorriso dela, a cada palavra dita na voz baixa e firme, com