“A vingança me trouxe até Luna, mas é ela quem me mantém preso… e essa é a minha maior fraqueza.” — Fernando Torrenegro
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Eu nunca temi o silêncio. Aprendi a usá-lo como arma, como escudo, e principalmente, como resposta. Mas o silêncio de Luna… esse, sim, me destruía. Ela me encara sem precisar de olhos. Ela sente cada oscilação da minha respiração, cada movimento do meu corpo, como se sua cegueira fosse uma maldição apenas para o mundo e não para ela.
Eu não consigo me esconder dela.
E isso me enfurece, me prende e me consome.
Quando sua mão apertou a minha, eu soube que estava encurralado. Nunca temi mafiosos, pistolas engatilhadas, nem mesmo a ideia da morte. Mas o toque dela me deixou vulnerável. E vulnerabilidade é algo que jurei enterrar junto ao sangue dos meus pais.
Meus pensamentos recuam, contra a minha vontade, para o passado que tentei enterrar em álcool, pólvora e negócios sujos.
O cheiro de fumaça. O fogo devorando as paredes da minha casa. A respiração curta de minha