“Ele pode me trancar entre grades de ouro, mas nunca vai aprisionar a mulher que existe em mim. Sou fogo e sou liberdade… e cedo ou tarde, até o Don Torrenegro terá que se curvar a isso.” — Luna Castilho
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Quando a porta se fechou atrás de mim, o silêncio foi ensurdecedor, quase enlouquecedor. Um silêncio espesso, feito de paredes grossas e de uma vigilância invisível. Eu não precisava de olhos para entender onde estava: numa prisão. Fernando podia chamá-la de cofre, mas não passava de grades pintadas de ouro para me manter presa sem opção de escolha. A minha vida inteira fui tratada dessa maneira, em cárcere... Sem escolhas, sem voz ou escolhas. Apenas troquei de lugar, mas continuo me sentindo da mesma maneira: enjaulada.
Caminhei lentamente pelo quarto, deixando os dedos tocarem a parede fria, e como era de costume os móveis estavam impecavelmente organizados. Tudo estava no devido lugar. Perfeito, asséptico e morto. Era uma casa pensada para conter, comandar, para tudo, menos par