POV:Orion
A tela piscou com a notificação. Um som seco, discreto, mas suficiente para arrancar minha atenção do monitor. Corvo.
"Está na hora de puxar as cordas. Marque um encontro."
Li e reli a mensagem, como se as letras ganhassem peso a cada segundo. Finalmente. O jogo deixava de ser apenas conversa digital e passaria para o terreno real, físico, onde cada detalhe pode ser manipulado.
Apertei o maxilar, inclinando a cabeça para trás. Eu sabia que esse momento chegaria, e sabia também que não havia espaço para erro. A garota — doce, inocente, carente de alguém que a visse de verdade — já estava suficientemente enredada. Bastava um empurrão.
Atrás de mim, os teclados da equipe soavam como uma sinfonia dissonante. Dois rapazes revisavam linhas de código, limpando rastros digitais, enquanto outra dupla ajustava sistemas de rastreamento em tempo real. Tudo precisava parecer orgânico, natural. Nada poderia denunciar a mão invisível que puxava os fios.
— Status? — perguntei, sem des