ROSÁLIA DUARTE
Assim que as portas do elevador se fecharam, engolindo Celso Mirantes, soltei o ar que estava prendendo.
Peguei meu celular novamente e abri o aplicativo do banco.
O saldo brilhava na tela: $ 50.000,00.
Cinquenta mil dólares.
Sentei-me na cadeira, sentindo uma vertigem que não tinha nada a ver com a altura do prédio. Isso pagava muitas coisas.
— Ok, Rosália — murmurei para mim mesma, guardando o celular como se ele fosse morder. — É um trabalho. Um trabalho muito bem pago, muito estranho e que envolve fingir amar um homem que se ama mais do que tudo, mas ainda assim, um trabalho.
Levantei-me e comecei a explorar meu novo "escritório".
A primeira parada foi a sala de cinema. E quando Celso disse "sala de cinema", ele não estava usando uma hipérbole. Era um auditório particular, com isolamento acústico, poltronas de couro reclináveis e uma tela que ocupava a parede inteira.
Sentei-me na poltrona central, peguei o controle remoto e naveguei pelas opções.