CELSO MIRANTES
O almoço foi servido no terraço.
Enquanto comíamos, o sol de meio-dia refletia nas janelas dos arranha-céus vizinhos, criando um brilho difuso que tornava Rosália ainda mais... luminosa. Ela comia com gosto, sem aquelas frescuras de empurrar a comida pelo prato que eu estava acostumado a ver em jantares sociais. Ela apreciava o risoto, o vinho e o momento.
— Ok, futura senhora Mirantes — falei, limpando os lábios com o guardanapo. — Vamos alinhar a narrativa. Se a nossa história parecer um roteiro de Hollywood, qualquer um vai conseguir farejar a mentira.
Rosália assentiu, séria, largando o garfo.
— Concordo. Nada de "amor à primeira vista sob a chuva". Tem que ser mundano.
— Exato. — Peguei meu tablet e abri um arquivo de notas. — Sugiro que nos conhecemos há uns... oito meses. Em um evento. Talvez uma conferência sobre sustentabilidade na construção civil.
— Sustentabilidade? — Ela ergueu uma sobrancelha. — Você vai a esses eventos?
— Eu sou obrigado a