CRISTINA SANTIAGO
Dante Matteo era pequeno. Muito pequeno. Mas ele era um lutador feroz. Apesar de ter nascido com oito meses, ele não precisou de incubadora, apenas de monitoramento constante e calor. E calor não lhe faltava.
Ethan havia transformado o quarto do hospital em uma fortaleza privada. Havia seguranças na porta, no corredor e, eu suspeitava, até no telhado. Mas dentro daquelas quatro paredes, o bilionário implacável havia desaparecido. Em seu lugar, estava um homem que passava horas sentado na poltrona desconfortável, com a camisa social amassada, segurando o filho contra o peito nu para o contato pele a pele, olhando para ele como se Dante fosse a resposta para todos os mistérios do universo.
Eu acordava de cochilos curtos e os via. A luz da manhã entrava pela janela, iluminando o perfil de Ethan enquanto ele sussurrava coisas para o bebê. Promessas. Pedidos de desculpas pelo mundo ser um lugar perigoso. Declarações de amor.
No segundo dia, a porta do quarto se ab