CRISTINA SANTIAGO
— Por que eu estou aqui? — Exigi, olhando diretamente para o homem atrás da mesa. — Por que vocês me sequestraram?
Vicente Ross soltou uma baforada de fumaça, o anel em seu dedo brilhou sob a luz fraca do abajur. Ele riu, um som seco, como folhas mortas se quebrando.
— Sequestro? Que palavra forte, Sra. Petterson. — Ele gesticulou com o charuto. — Eu diria que isto é uma... reunião de família. Os cavaleiros lá fora apenas a trouxeram para garantir que você não se atrasasse.
— É a primeira vez que sou convidada para uma reunião em que me levam à força, colocam um saco na minha cabeça e amarram minhas mãos e pés — retruquei, com a raiva começando a superar o medo.
Vicente deu um sorriso fino, como se eu fosse uma criança fazendo uma piada espirituosa.
— Houve um pequeno erro de comunicação com meus funcionários. Eles podem ser um pouco... zelosos. Mas foi por isso que a soltaram, não está vendo? Você está livre.
Olhei para os dois homens armados parados perto da porta.