CRISTINA SANTIAGO
O cheiro de alho e manjericão me trouxe de volta a realidade.
— Rosália!
Rosália apareceu na porta da cozinha com o rosto corado pelo vapor.
— O que foi?
Eu não conseguia falar. Apenas mostrei meu celular.
Rosália limpou as mãos no avental e pegou o aparelho. Seus olhos escanearam a tela. Ela leu a manchete, e depois leu a declaração. E então, ela leu a última parte em voz alta, como se precisasse ouvir para acreditar.
— "...à mulher que eu amo e respeito..." — Ela olhou para mim com os olhos arregalados. — Puta merda. Ele usou a palavra com A.
— É um truque, não é? — Minha voz era um sussurro. — Isso não é para mim. É para o público. É para os sócios dele. É para mostrar ao mundo que ele tem tudo sob controle. Ethan está me encurralando publicamente, me fará parecer uma louca ingrata se eu não voltar.
— Ou... — Rosália disse, hesitante, — ...talvez o babaca esteja evoluindo? Talvez você ir embora tenha realmente despertado alguma coisa dentro dele?
A esperança era