CRISTINA SANTIAGO
Uma Semana Depois...
Eu tinha uma chave.
Era uma chave simples, de metal prateado, não um cartão eletrônico ou um código biométrico. Era a chave do meu próprio apartamento. Era um apartamento de dois quartos em um prédio decente, com paredes brancas, janelas amplas e um cheiro persistente de tinta fresca. E era meu.
Lauro havia sido fiel à sua palavra. O adiantamento que ele me ofereceu (que eu insisti que fosse um adiantamento formal, a ser descontado do meu salário, e não um "presente") foi o suficiente para garantir o aluguel e comprar móveis básicos. Em uma semana, eu havia construído um ninho.
Minha rotina era quase normal. Eu acordava cedo, tomava meu chá de gengibre, sentada na minha pequena varanda, olhando a cidade acordar. E então, eu trabalhava.
Lauro me configurou um escritório em casa. O trabalho era desafiador. Ele me jogou direto no fogo, pedindo análises de concorrentes (eu sabia exatamente por onde começar), estratégias e projeções de risco. Eu me se