ETHAN PETTERSON

A mansão estava silenciosa. Já haviam se passado dois dias desde que ela saiu. Dois dias.

Minha previsão arrogante de "24 horas" havia se provado espetacularmente errada. Ela não ligou. Não voltou rastejando. E eu estava enlouquecendo.

A raiva inicial havia se transformado em ansiedade, uma inquietação que me impedia de focar. Eu estava em casa. Não fui para o escritório. Não tinha vontade de trabalhar. Para quê? Para quem?

Eu andava de um cômodo para o outro. Cada canto daquela casa gritava o nome dela.

Eu estava na biblioteca, fingindo ler um relatório financeiro que não fazia sentido algum, quando meu celular tocou. Era Rony.

Atendi no primeiro toque.

— Diga.

— Senhor. A Sra. Petterson e a amiga dela compareceram ao funeral de Heitor Reis, como prevíamos. Houve um incidente, senhor.

Ele relatou a cena na capela com a mãe de Heitor. Minha mão apertou o telefone com tanta força que o plástico rangeu.

— Ela atacou a Sra. Petterson. — Rony continuou. — Tentou agredi-la