A casa já quase pronta, Charlotte sentia-se leve como o vento. Caminhou até o lago, feliz e saltitante, com a toalha nos ombros e os pés descalços. Tirou a roupa, pulou na água e nadou como se estivesse em um comercial de shampoo, até que... viu algo se movendo.
— Ai, que lindinha... uma cobrinha nadando tranquila... — murmurou, tentando manter a calma enquanto se afastava devagarinho.A cobra nem deu moral pra ela. Encontrou um ratinho distraído na margem e, num bote só, nhac.— Barbaridade! Selvagem! — exclamou Charlotte, saindo do lago com o coração na boca e a toalha apertada no corpo. Pegou as roupas molhadas e saiu de fininho.De longe, Bento, montado em seu cavalo, viu a cena: Charlotte correndo com a toalha enrolada e cara de pavor.— Mas é doida mesmo... — murmurou, balançando a cabeça. — Mesmo assim... eu amo essa megera.O cavalo relinchou como quem não gostou do esquecimento.