O sol começava a nascer em Beagá, tingindo de dourado as cortinas brancas do quarto do hospital. Bento acordou devagar, ainda grogue, os olhos piscando confusos.
— Ué... onde eu tô? Foi tudo um sonho? — ele até se espreguiçou.
Então, ele viu Charlotte, sentada na poltrona, segurando dois pacotinhos de amor nos braços: um enrolado numa mantinha azul, outro numa mantinha rosa. A expressão dela era de exaustão, mas também de pura felicidade.
— Olha quem acordou... o pai desmaiado mais charmoso do Brasil. — disse Charlotte com um sorrisinho irônico.
Bento piscou várias vezes, depois sorriu tão largo que quase caiu da maca de novo.
— São... são nossos? — perguntou emocionado, a voz falhando.
Charlotte assentiu e estendeu um dos bebês pra ele. Bento pegou o filho como quem segura um pedaço do céu.
— Meu Deus... tem cheiro de leite e de paz... e de amor, nosso amor megera.
Charlotte riu, já conhecendo bem o marido que tinha.
— E ainda tem outro esperando o colo do papai. — sussurrou ela, olh