Cheguei em casa ainda desnorteada. As imagens daquele encontro, a pressão, a tensão, ainda estavam me perseguindo. Eu estava entrando em um campo de batalha que sabia que não teria controle de onde e quando a bomba explodiria. Leon tinha essa habilidade quase sobrenatural de fazer as coisas parecerem imprevisíveis. Mas o pior de tudo era que, no fundo, uma parte de mim estava quase... satisfeita com essa falta de controle.
Encontrei Aya debruçada em cima de papéis, o notebook aberto à sua frente, e um pote de sorvete ao lado, como se fosse seu pequeno consolo no meio do caos. Ela parecia absorta no trabalho, mas a segunda que me ouviu entrar, já me lançou aquele olhar característico, curioso, tentando perceber o que estava acontecendo.— Ainda trabalhando? — perguntei, já me deixando cair no sofá, cansada, mas sem conseguir relaxar completamente. Eu precisava, mas a cabeça não parava de girar.— Peguei um projeto novo de audiovisual, tô atolada tentando en