Cheguei na agência antes mesmo do relógio bater oito. Não porque eu fosse exemplar, dedicada ou qualquer adjetivo bonito que colocam em currículos.
Era só medo.
Medo de cruzar com ele no elevador, medo de encarar o próprio reflexo e lembrar da noite anterior, medo de admitir — até pra mim mesma — que eu ainda não tava pronta pra lidar com tudo que vinha junto com esse homem.
Me sentei na minha baia, respirei fundo e liguei o computador, fingindo que precisava desesperadamente revisar a proposta da Divine Skin pela milésima vez. Spoiler: eu já sabia cada frase de cor.
Ótimo. Falei mais do que devia, burra, chorei mais do que planejava. Agora só falta… ele aparecer. E estragar o restinho de paz que eu tenho.
Abri uma planilha. Fitei o Excel como se ele fosse meu novo hobby.
Cliquei numa célula qualquer e comecei a digitar algo completamente inútil — só pra manter as mãos ocupadas.
A verdade era que eu tava evitando olhar pra porta de vidro da sala dele.
Porque eu sabia.
Se eu olhasse… e