Emma Scott havia acabado de enterrar sua mãe quando foi surpreendida por Masson, seu padrasto que traz a ela uma notícia terrível: você foi vendida a um homem e a tornará sua esposa, mesmo antes que ela pudesse fugir, recebe um duro golpe e quando acorda horas depois está em uma enorme casa, com uma certidão de casamento em mãos. Emma até pensa que a ideia de estar casada com Gregory é melhor do que viver ao lado de Masson e continuar sofrendo seus abusos. Porém, Emma não suporta ser tratada com desprezo enquanto Gregory a trai no trabalho. Emma decide fugir, mas quando Gregory descobre que sua mulher carrega seu sonhado herdeiro, promete cassá-la até os confins da terra.
Ler maisEu vivia horas de dor e tristeza, enquanto velava o corpo da minha mãe e sepultava-o ao lado de seus irmãos. Encarei a lapide recem posta e deixei o desespero tomando conta de mim. Um resmungo de protesto rasgava minha garganta, enquanto eu voltava para casa, sozinha. Eu teria que enfrentar meu inferno, sem ninguém que pudesse me defender do meu padrasto.
— Ao menos a senhora está livre daquele monstro, mãe – murmurei enquanto enxugava as lágrimas insistirem em cair do meu rosto – eu vou ter que aprender a viver sozinha e enfrentar o castigo que a senhora deixou para mim.
Passos apressados vieram em minha direção, assim que me aproximei da casa. Girei o pescoço rapidamente e meu coração disparou quando eu avistei alguns homens caminhando em minha direção. Eu conhecia bem um daqueles rostos e não gostei de vê-lo ali.
— Mason – minha voz escapou em um sussurro no mesmo momento em que eu me erguia lentamente para olhar em seus olhos. Ele se aproximando cada vez mais – o que diabos esse maldito está fazendo aqui a essa hora?
Meus olhos correram pelo lugar vazio procurando um lugar para me refugiar, mas não o medo não deixou que eu me movesse para muito longe. Dei alguns passos cautelosos para trás, assustada. Eu sabia e conhecia a crueldade de Mason e tinha conhecimento de que ele não estava ali para fazer uma visita no meio do expediente.
— Está querendo fugir, Emma? – Meus movimentos não passaram despercebidos, diante dos olhos atentos dele – achou que eu não viria cobrar a dívida que a sua mãe deixou para mim?
— Do que você está falando? – Disse entre os dentes enquanto sentia minha voz tremular de medo. Não consegui dizer mais nada.
— A vadia da sua mãe morreu e deixou uma conta hospitalar gigantesca para que pagasse – ele cuspiu as palavras e uma onda de dor avassalou meu coração – estou aqui para acertar nossas contas.
Olhei para o rosto dos homens que pararam ao lado de Mason e não gostei do que vi. Como assim, acertar a dívida que minha mãe havia deixado? O que Mason pretendia com aquilo? Os homens se aproximaram, formando quase um círculo ao meu redor, seus olhares fixos em mim como se fossem me devorar a qualquer momento.
— Peguem-na – Mason ordenou – serei bondoso o suficiente para avisar que vendi você a um homem muito rico, por uma quantia que não só pagará as dívidas que a sua mãe deixou, como também me deixará confortável por alguns anos.
— Merda! – meus olhos arderam com a raiva intensa, mas eu não teria tempo de questioná-lo. Eu precisava fugir.
— Eu não serei vendida como uma mercadoria – ofegante, gritei com ele, quando sem hesitar, os homens avançaram contra mim.
Agi por sobrevivência, desviando do ataque de um deles e desferir um golpe entre as pernas do segundo. Como eu havia feito aquilo, não fazia a menor ideia. Eu sabia que precisava escapar se quisesse me ver livre de Mason para sempre.
Um grunhido de dor escapou dos lábios de um deles, enquanto eu girava os calcanhares e começava a correr. Masson gritava logo atrás de mim para que eles me pegassem.
Vestindo uma saia, precisei erguê-la até o meio da canela e isso me custou segundos preciosos. No entanto, minha velocidade não foi suficiente, quando olhei para trás, um dos homens estava a poucos centímetros de mim. Senti suas mãos me agarrarem antes de o meu corpo ser projetado contra o chão duro e molhado.
Um grito de desespero ecoou pelo lugar vazio e uma dor insuportável percorreu todo o meu corpo. O homem colocou todo o seu peso sobre mim enquanto, com lágrimas nos olhos, me debatia para tentar escapar uma segunda vez. Meus esforços foram em vão, em um único gesto, o homem me ergue e me colocou novamente em frente ao meu padrasto.
Encarei firmemente seus olhos frios e vazios antes de sentir um tapa no meu rosto. Estremeci, enquanto sentia minha bochecha arder e um frio percorrer minha espinha.
— Esqueceu das surras que eu te dei quando sua mãe não estava em casa? – Seu rosto se aproximou do meu e eu senti náuseas com o cheiro que exalava dele, – ela não serviu nem mesmo para defendê-la. Como pode chorar pela morte da mulher que nem sequer acreditava nas suas histórias?
Mason abriu a ferida no meu coração. Me fez recordar das vezes em que contava a minha mãe dos abusos que eu sofria constantemente de Mason. Talvez ela acreditasse, mas não tivesse coragem de se livrar dele. Lagrimas encheram os meus olhos, mas eu não ousaria chorar na frente dele.
Dou de ombros, antes de sentir os dedos imundos dele me tocar, erguendo meu rosto para olhá-lo.
— Pensa pelo lado positivo, Emma, você vai se livrar de mim – um sorriso desprezível atravessou seus lábios revelando seus dentes podres, – o homem é muito rico e fará de você a esposa dele. Vai viver bem a partir de agora e futuramente me agradecerá.
— Não – minha resposta foi firme, mas não surpreendeu Mason.
— Não estou dando a você uma escolha – ele gritou – o negócio já está feito. Esses homens estão aqui para levá-la até o seu futuro marido.
Ouvindo sua declaração, eu tentei escapar pela terceira vez. Meus movimentos rápidos fizeram Mason tomar uma atitude dramática e eu lembrar apenas dos punhos dele fechados indo em minha direção.
Despertei assustada. Percebendo estar em um quarto luxuoso e iluminado. Me questionei como eu havia parado ali e quem eram aquelas pessoas ao meu redor. Uma mulher se aproximou e tentou tocar meu rosto. Eu me encolhi, observando o ambiente e procurando uma maneira de sair dali.
— Calma, querida, não vou machucar você – ela disse e então percebi que ela estava vestida com roupas de empregada.
— Não toque em mim – gritei quando ela tentou me tocar mais uma vez – quem é você e onde eu estou?
— Eu sou Samanta, a governanta do senhor Gregory – ela disse com simpatia – e foi dado ordens para que eu cuidasse dos seus ferimentos.”
— Quem é Gregory? – Samanta arqueou as sobrancelhas como se estivesse em dúvida com minhas palavras – onde está o maldito do Mason?
Foi quando a porta do quarto se abriu e uma figura masculina entrou. Era um homem alto, de pele clara, com um olhar frio cor de gelo. Ele tinha os braços fortes e seus cabelos escuros e lisos. A barba grande não escondia seu rosto esculpido. Sua postura confiante parou bem em frente a mim e seu olhar arrogante pairou no meu rosto.
— Eu sou o Gregory – a um tom de orgulho e frieza em seu timbre – o homem que comprou você e a fez minha esposa.
— Esposa? – Me levantei em um sobressalto, quando senti uma pontada aguda e intensa invadir minha cabeça – eu não me lembro de ter me casado com você.
— Claro que não lembra – a rispidez em suas palavras deixou claro o quanto ele estava irritado com meus questionamentos – Se quiser, pode ler o contrato. A partir de agora, você é minha esposa e fará tudo o que eu ordenar.
Sem cerimônia alguma, Gregory girou os calcanhares e foi embora. Segurei o papel que ele jogou no meu rosto e li o escrito ali. Uma neblina pairou sobre o meu olhar quando vi meu nome naquela certidão de casamento.
EmmaO pesadelo parecia terminar. Eu olhava para Gregory enquanto ele dormia ao meu lado na cama, e pensava ser um milagre ele estar vivo. No final das contas, nós dois somos um milagre, salvos pelo amor que sentíamos um pelo outro.Eu jamais deveria ter me apaixonado pelo homem que me comprou como uma mercadoria, mas eu ficava pensando nos inúmeros caminhos e destinos que minha vida tomaria caso ele não tivesse feito isso.Minha mãe morta, eu morando com um padrasto abusador. Que destino eu teria se Gregory não tivesse me escolhido? Há males que vêm para o bem, e no final das contas fui salva pela ganância dele.— Você já acordou? — a voz dele rompeu meus devaneios. Ele se despreguiçou e envolveu minhas pernas com os seus braços, colocando a cabeça no meu colo.— É tão bom, voltou em casa, estar com você — ele disse, com a voz sonolenta e os olhos fechados —, não teve um dia sequer, enquanto eu estava naquele cativeiro, que eu não tenha pensado em você. Foi a vontade de te reencontra
GregoryFui para o hospital. Quase não me reconheceram. Sem documento ou qualquer contato, eu pedi para que eles ligassem para minha mulher e avisassem que eu estava vivo.Eu estava desnutrido e o médico dizia ser um milagre eu estar vivo ainda. Eu pedi para chamarem a polícia, eu tinha uma denúncia a fazer e eu só iria ficar quieto quando Edward pagasse por todo o mal que havia me feito.— O senhor precisa se acalmar, senhor Gregory — o enfermeiro tentava conter a minha fúria — o médico já está vindo.— Eu não quero médico, eu quero a minha esposa — eu gritei com ele — eu quero a polícia, você não entende que sofri um atentado contra a minha vida?Era uma corrida contra o tempo. Eu precisava resolver isso o mais rápido possível, antes que Edward descobrisse que eu estava vivo e tão perto, de modo que me caçasse até me eliminar. Eu decidi que deveria fugir do hospital e ir procurar a polícia. Eu estava fraco e mal me mantinha em pé. Tudo era caótico. Arranquei o soro do meu braço e, e
EmmaTrês meses haviam se passado e não havia nenhuma notícia ou pista que pudesse me levar ao paradeiro do Gregory. Agora, Edward voltara a ser presidente das empresas de Helena e não havia ninguém que pudesse pará-lo.Eu não dormia à noite tentando encontrar uma solução. Eu passava noites em claro, procurando qualquer lugar onde Edward poderia ter escondido Gregory e Helena, mas eu não encontrava nenhuma fagulha sequer.Ele havia lutado tanto pela minha sobrevivência, mesmo quando eu não acreditei. Gregory estava lá para me fazer acreditar que eu me curaria do câncer e nós viveríamos finalmente a nossa história de amor. Eu havia sobrevivido ao câncer, eu era o milagre em que Gregory tanto acreditou, mas ele não estava aqui para viver esse momento incrível comigo.Um dia antes de receber alta do hospital, eu ouvi o médico dizer que o amor do Gregory havia me salvado do câncer. Eu não sei se médicos podem acreditar em milagres ou em teorias como essa, mas foi certamente o fato de me s
GregoryEu não tinha mais noção de quantas horas eram do dia ou que dia da semana eu estava, muito menos quantos dias eu havia passado nesse lugar úmido e escuro. Eu via flashes do raio de sol entrando pelo buraco da telha desgastada. Eu ouvia o canto dos pássaros, os sapos e os grilos na noite, mas o tempo parecia não mais existir para mim.Eu estava fraco, com um odor horrível exalando do meu corpo e com fome. Apenas uma vez era oferecido alimento, quando eles não iam embora e eu passava o dia inteiro trancado naquele lugar, sem comer absolutamente nada.Eu sabia das verdadeiras intenções de Masson. Ele iria me enfraquecer para tirar de mim qualquer chance de fuga, mas eu precisava encontrar forças em algum lugar para escapar e reencontrar Emma.Ouvi quando os homens voltaram, o pneu do carro rolando pela terra batida. Depois, vozes invadiram a velha cabana. Eles riam e se divertiam, mas eu não ouvi a voz do Masson.Ele não estava com os seus companheiros.Um deles abriu a porta e o
Lágrimas escorriam pelo meu rosto. Era contraditório o fato de eu querer Gregory longe, mas chorar porque ele havia supostamente ido embora. Eu planejava pedir o divórcio, mas agora parecia que um buraco havia sido aberto dentro do meu peito, onde ninguém poderia consertar.Eu não vi quando Edward se aproximou e colocou sua mão sobre o meu ombro, mas eu me encolhi assim que o senti me tocando. Eu ainda tinha receios sobre ele por tudo o que Edward havia feito. Por ele tentar me sequestrar quando eu estava no hospital, por ele tentar assassinar Gregory na Espanha e agora por ser ele o portador dessa carta que eu nem sabia ser verdadeira.— Eu sinto muito, Emma — ele lamentou, mas eu não conseguia acreditar na encenação — eu tentei avisá-la que o Gregory não mudaria, mas você não me escutou.Um arrepio percorreu minha espinha, eu me afastei. O semblante de Edward se modificou de repente. Eu queria deixar claro que nem com todo o esforço do mundo ele teria a minha confiança de volta. Eu
GregoryAqueles homens não eram policiais e eu só percebi isso quando eles me levaram para o fundo do hospital e me jogaram em um veículo escuro. Amarraram os meus braços e tamparam minha boca com uma fita.Eu estava sendo sequestrado. Eu ouvi a voz de Masson e o seu riso sinistro, comemorando com os outros que a missão estava quase completa. Algo muito estranho pulsou no meu peito. Eu morreria, essa era minha sentença final.Eles dirigiram por horas. Depois entraram por uma estrada de chão. Eu sabia disso porque sentia o carro chacoalhar sem parar o caminho inteiro, até eles pararem. O cheiro de mato molhado invadiu minhas narinas. Uma porta velha foi aberta com força. Fui jogado e bati meu corpo em uma parede, estava escuro, eu não enxergava absolutamente nada, mas eu ouvia o som dos grilos lá fora antes de eu ser trancado em um quarto úmido e escuro.Eu só vi a luz do sol no dia seguinte, quando acordei com um animal mordendo o meu rosto. Era um enorme rato. Eu me assustei. O lugar
Último capítulo