O auditório da Montenegro Capital, um espaço de design modernista com cadeiras de couro e iluminação focada, parecia mais um teatro de gladiadores do que uma sala de reuniões. No centro do palco improvisado, sob a luz de um holofote, Isabela estava de pé. O blazer escuro e a calça de alfaiataria a faziam parecer menor do que a sua ambição, mas a postura ereta e o olhar inabalável denunciavam a mulher que ela realmente era. Do outro lado da sala, na primeira fileira, estava o Conselho de Administração, um grupo de homens e mulheres mais velhos, com expressões sérias e desinteressadas. E, no fundo, em uma sala de vidro, como se estivesse em um camarote de luxo, Lucas Montenegro a observava. Seus olhos eram de um ódio tão gélido que ela sentiu um arrepio na espinha. Ele estava lá para vê-la cair, e ela estava lá para começar a destruí-lo.
Isabela ligou o microfone, e sua voz, cheia de confiança e clareza, ecoou pelo auditório. "Boa tarde. Meu nome é Isabela Figueiredo, e fui encarregada