O ar dentro do jazigo parecia mais denso a cada segundo. Isabela mantinha a fita cassete apertada contra o peito, como se fosse parte de si. Lucas observava a porta, pronto para agir, mas o coração batia tão alto que parecia ecoar nas paredes de pedra.
Os passos lá fora cessaram. Um silêncio pesado tomou conta.
— Eles sabem que estamos aqui — Isabela sussurrou, quase sem ar.
— Ou estão nos esperando sair... — Lucas respondeu, a voz baixa, firme, mas a tensão em seus olhos o denunciava.
Ele segurou a mão dela e apontou para uma saída lateral, uma pequena abertura de ventilação no canto do jazigo. O espaço era estreito, mas talvez fosse a única chance.
Com esforço, Lucas empurrou uma das grades enferrujadas. O metal cedeu com um estalo, alto demais para o gosto de ambos. Isabela prendeu a respiração. Nenhum movimento lá fora.
— Vai primeiro — Lucas ordenou.
Ela rastejou pela abertura, a roupa rasgando em alguns pontos, os joelhos arranhados. A noite fria bateu em seu rosto quando saiu d