A noite estava fria quando Lucas estacionou o carro a poucos metros do portão do Cemitério da Colina. O local, isolado no alto de uma encosta, parecia abandonado. Os portões de ferro enferrujados gemiam com o vento, e a lua cheia iluminava os túmulos antigos, projetando sombras que mais pareciam vigias ocultos.
Isabela desceu do carro em silêncio. O coração batia rápido, mas o rosto permanecia firme. Desde a infância, evitava cemitérios. Agora, estava prestes a entrar em um em busca de respostas que poderiam destruir de vez o que restava de sua paz.
— Ainda dá tempo de desistir — Lucas disse, ajustando o casaco e tentando parecer seguro.
— Eu já desisti de muita coisa. Da verdade, não. — Ela atravessou o portão sem olhar para trás.
Caminharam lado a lado entre as lápides, guiados apenas pela lanterna do celular de Lucas. Os números nos jazigos eram gravados em pedra, quase invisíveis pela ação do tempo. A cada passo, a atmosfera ficava mais pesada, como se vozes antigas sussurrassem e