Lizandra oferece um copo d’água e um silêncio respeitoso enquanto Marta respira fundo, sentada na poltrona do quarto dos gêmeos. O ambiente é tranquilo, embalado pelo som suave da babá eletrônica que monitora Lua no berço ao lado. Lá fora, a manhã já clareou, mas dentro daquele cômodo, tudo parece suspenso no tempo.
Do outro lado da mansão, no escritório, Don David e Jonathan estão atentos, ouvindo tudo através da escuta escondida no celular de Lizandra, que repousa discretamente sobre o braço do sofá. Nenhum dos dois respira fundo, atentos demais para interromper o fluxo da verdade que finalmente começa a ser revelada.
Lizandra se senta de frente para Marta e segura levemente sua mão, um gesto silencioso de apoio. Marta, ainda com os olhos baixos, fala com a voz firme, mas embargada.
— Foi naquele dia… o dia que tudo começou a ruir de verdade.
Ela fecha os olhos por um instante, como quem volta a um lugar escondido e difícil.
— Eu me lembro exatamente do que vesti naquela manhã. Uma