É madrugada, mas a brisa quente do Dia dos Namorados carrega algo diferente no ar um tipo de eletricidade que vibra entre olhares, palavras contidas e desejos que não cabem mais em silêncio. As estrelas piscam no céu escuro, como se fossem cúmplices do que está prestes a acontecer.
Darlene e Eduardo se despedem dos poucos que ainda estão acordados. Islanne sorri ao vê-los sair, Ravi apenas observa em silêncio, e Miguel finge não notar o brilho nos olhos de ambos.
O portão do Sítio dos Maia se fecha lentamente atrás deles, mas a eletricidade que paira entre Eduardo e Darlene é tão densa que parece vibrar no ar, pulsante. A noite do Dia dos Namorados não traz calmaria — traz fogo. Um fogo que eles tentam conter desde a primeira troca de olhares naquela varanda, mais cedo, quando os dedos se roçaram de leve sob a mesa e os olhos disseram tudo que os lábios não podiam.
Agora, sozinhos na Hilux de Heitor, esse desejo é um barril de pólvora prestes a explodir.
— Dirige, antes que eu suba no