Jonathan sabe que o melhor a fazer agora é respirar fundo e desligar completamente do mundo lá fora, todas as suas responsabilidades necessitam de perfeição e para isso a mente tem que trabalhar em sintonia com o corpo.
Ele fecha os olhos, o som do tatame rangendo sob os pés, a respiração pesada, e o impacto seco de corpos se chocando. É assim que Jonathan tenta calar a tempestade dentro de si, lutando.
Eduardo o acompanha, tão concentrado quanto ele, como se os dois buscassem no jiu-jitsu a única forma de continuar de pé num mundo que insiste em desmontá-los. Cada golpe, cada queda, cada estrangulamento parece um grito preso sendo expurgado do corpo. Eles não dizem nada, não precisam. A luta fala por eles.
— Cotovelo mais colado, Schneider! — grita o sensei do outro lado da academia, observando os dois com atenção de falcão.
— Você tá abrindo demais e facilitando a raspagem.
Jonathan assente com a cabeça e ajusta a postura. O suor escorre pela testa, os músculos estão no limite, ma