O barulho metálico da porta do hospital se fechando às costas de Eduardo é engolido pela respiração pesada da cidade. O sol já começa a se inclinar no céu, tingindo tudo com aquele tom dourado que sempre parece esconder mais do que revela. Ele caminha em passos lentos até o carro, sentindo o peso dos últimos dias nos ombros. O silêncio agora parece alto demais, incômodo. Ao se sentar no banco do motorista, ele pega o celular no bolso, acende a tela e seus olhos correm imediatamente para as notificações. Uma mensagem de Darlene o espera. Ele clica.
"Já estou na fazenda. Mais tarde passo no sítio. Fica tranquilo."
O sorriso que surge em seu rosto é involuntário, mas breve. Alívio. Ela está segura.
Eduardo respira fundo. Verifica se há mais alguma mensagem perdida, mas nada além de alguns e-mails irrelevantes. Então gira a chave na ignição e segue em direção ao sítio. A estrada de terra levanta poeira, como se quisesse esconder os rastros que o levaram até ali. Ele gosta daquele lugar,