O cheiro da terra molhada invade o ar como uma promessa. Há algo novo no vento, um sopro de mudança, um anúncio silencioso de que, a partir de hoje, nada será como antes.
Darlene caminha pelos corredores da sede com o coração batendo mais firme. Seus dedos apertam contra o peito o caderno onde Marta anotou ideias, metas, sugestões e pequenos esboços de futuro. Mas para Darlene, aquele caderno é mais do que papel e tinta. É como se ela carregasse nas mãos um mapa do tesouro, um compêndio de possibilidades que a resgata da escuridão.
— Marta... Eu não sei nem como te agradecer — diz ela, com a voz embargada pela emoção.
— Eu tô me sentindo viva de novo. Você sabe que depois que ele morreu, eu tava me perdendo. Mas agora... agora eu tô enxergando futuro.
Marta se aproxima, tocando com leveza o ombro da amiga.
— O que você tem nas mãos, Darlene, é ouro. Só precisa polir. E a gente vai fazer isso juntas.
O dia transcorre como um renascimento. Entre café coado, páginas viradas e papéis risc