O escritório de Ravi está mergulhado em penumbra, iluminado apenas pelas luzes azuladas dos monitores que preenchem as paredes como janelas para mundos obscuros. Cabos serpenteiam pelo chão, formando uma teia nervosa que se conecta a roteadores, HDs externos e satélites improvisados. Tudo ali pulsa em dados, imagens, vozes, coordenadas.
Ele está sentado na cadeira giratória, os olhos fixos numa das telas. Suas mãos se movem com rapidez quase automática, navegando entre pastas criptografadas, acessos restritos, bancos de dados que ele não deveria estar abrindo. Mas ele não se importa com proibições. Ele quer respostas.
E finalmente, elas chegam.
— Hermes de Castro, você filho da putta... — murmura Ravi, digitando o nome novamente para confirmar os dados.
O prontuário do ex enfermeiro se escancara diante dele: ficha suja, denúncias antigas de agressão à ex namorada, comportamento errático, consumo de cocaína, afastamentos por "instabilidade emocional". E mais: registros bancários com de