O cheiro de café fresco invade a cozinha elegante da mansão Schneider, misturado ao leve perfume das torradas dourando na chapa. À mesa, Catia serve suco para Afonso, enquanto Marta arruma as frutas com um carinho que quase esconde a tensão no ar. Jonathan passa manteiga no pão, calado. Mas antes que qualquer conversa comece, passos firmes cortam o corredor. Eduardo entra.
— Bom dia — diz ele, seco, frio, sem desviar os olhos da porta.
Ninguém responde de imediato. O som de talheres contra porcelana preenche o vazio que se instala. Ele já atravessa a sala, indo direto para a ala dos empregados. Como se naquela casa já não se sentisse bem. Como se estivessem todos apenas convivendo com a ausência silenciosa de um sentimento que não morreu.
— Vamos? — diz Jonathan, quebrando o desconforto. Ele se levanta e, em seguida, Catia e Afonso também. O trio se despede de Marta e de Lua com beijos rápidos e palavras apressadas. O dia de trabalho no Grupo Schneider os espera. O trânsito está caóti