A asa da xícara de café ainda está entre os dedos de Jonathan, mas ele sequer termina o líquido fumegante. Sua mente está longe, presa no olhar magoado de Marta naquela malldita manhã. Ele quer apagar aquela cena, arrancá-la da cabeça, mas a culpa se recusa a ceder. Seu humor é um campo minado prestes a explodir, e Eduardo, sentado à sua frente, sabe exatamente como acender o pavio.
— O que foi, Jonathan? — a voz de Eduardo carrega uma provocação afiada.
— A sua obsessão por Marta só funciona entre quatro paredes? Porque aqui fora, você é só um homem perdido que não sabe lidar com os próprios sentimentos.
Jonathan cerra os punhos, os músculos do maxilar saltando de tanta tensão. O sorriso satisfeito de Eduardo é um soco invisível que o atinge diretamente no ego. Ele sabe que está sendo manipulado, mas não consegue evitar a onda de fúria que lhe sobe pelo peito.
— Quer resolver isso, é? — Eduardo se levanta provocativo.
— Vamos ver se você ainda tem alguma coisa dentro dessa cabeça d