O trânsito em São Paulo está como sempre, caótico, impaciente e barulhento. Eduardo segura o volante com uma mão enquanto a outra repousa no câmbio, os olhos atentos aos carros que se arrastam diante dele. O trânsito parece ter dado uma trégua e ele, finalmente sozinho, consegue respirar fundo. Um instante de paz. Ele ainda sente o cheiro da terra molhada da fazenda na memória, como se o corpo recusasse a se desligar daquele lugar e daquele amor.
O dia foi longo, carregado, e sua cabeça ainda gira com as últimas decisões que precisa tomar, e as novidades inesperadas na vida de Jonathan. Mas quando finalmente estaciona na frente da casa onde a irmã o espera, sente o peso começar a se dissipar.
Ele entra, jogando as chaves sobre o aparador da sala, e segue direto para o quarto, tirando os sapatos no caminho. Só então lembra de checar o celular e lá está. A mensagem dela.
Darlene.
Assim que os olhos percorrem as palavras dela, um sorriso idiota escapa sem permissão. Um daqueles sorrisos