A noite cai pesada sobre a cidade, e o ar quente parece vibrar junto aos grilos e aos latidos espaçados dos cães nas fazendas. No Sítio dos Maia, todos estão na varanda, quando os faróis de um carro surgem ao longe, iluminando brevemente a estrada de terra antes de estacionar na frente da casa.
Darlene desce, deslumbrante. O vestido curto realça as curvas com uma elegância natural, o decote generoso, mas sem vulgaridade, sugere confiança e segurança. O tecido preto se ajusta ao corpo, os cabelos soltos caem em ondas, e o salto alto perfura a terra macia a cada passo. Todos os olhares se voltam para ela com admiração contida, como quem vê uma menina se transformando em mulher diante dos próprios olhos.
Miguel não disfarça um ar de receio. Ele se aproxima de Eduardo, pondo a mão em seu ombro, como quem deseja selar um pacto silencioso.
— Não desgruda dela, tá? — fala, num tom firme, quase paternal. — A Darlene e a Marta não são moças dessas coisas… baladas, festas… elas não têm malícia