A porta da UTI se fecha atrás de Jonathan com um estalo surdo, abafado pelo zumbido contínuo dos monitores e pelo cheiro ácido do álcool hospitalar que ainda impregna as narinas dele. Por um segundo, ele para, sem saber se avança ou recua, como quem acaba de atravessar um portal invisível e se vê atordoado entre dois mundos, o mundo antigo, onde só existia dor, culpa e fantasmas, e esse novo, que pulsa em seu peito com a força crua e avassaladora da vida que acaba de conhecer.
O corredor parece mais longo do que jamais foi, as luzes frias no teto lançam sombras duras sobre o chão encerado, transformando cada passo num eco que ressoa fundo, pesado, dentro dele. Jonathan não sente os pés tocarem o chão. Não sente as mãos, nem o corpo, só o coração, esse músculo indomado, batendo fora de compasso, como se lutasse para caber no peito.
De repente, um vulto atravessa o corredor e corre até ele.
— Jonathan! — a voz de Islanne rasga o silêncio, carregada de urgência e emoção.
Ele mal tem temp