Jonathan não sabe mais onde termina o expediente e onde começa a obsessão. A caneta escorrega da mão suada, o relógio martela no pulso como um lembrete cruel de que o tempo insiste em passar devagar. Ele tenta responder um e-mail, mas está olhando para a tela sem ver nada. Seu corpo está ali, no escritório, mas a alma já foi. Já está na casa dele. Em Marta. E o que sente por ela... aquilo não é amor. É um incêndio que arde no peito, um vício sem cura, uma fome que só aumenta cada vez que pensa nela. Marta é um problema sem solução, e ele já nem quer resolver.
Nada disso se parece com Aira.
Aira era poesia. Marta é tempestade.
Com Aira, o amor era calmo, um afago constante. Sorrisos suaves, mãos que sabiam o momento certo de se recolher. Aira aceitava, cedia, se moldava. Com Marta é guerra. É resposta afiada, olhar desafiador, é o tipo de mulher que arranca o seu controle com uma mordida no lábio. Jonathan não está apaixonado por Marta, está dominado por ela. E por mais que isso o irri